terça-feira, 13 de novembro de 2007

Por que os países comercializam?

Intuitiva ou ideologicamente, quase todo mundo responde de maneira equivocada à questão proposta. Bastaria olhar de forma realista o que fazemos no cotidiano para saber que o comércio é atraente porque nos oferece a possibilidade de adquirir algo que nos custaria muito mais se produzíssemos diretamente.

No entanto, ao falar do país, incorremos numa falácia de composição: pensamos como se fôssemos membros de uma coletividade maior do que a soma de suas partes -- mais do que um mero resíduo, um agregado de indivíduos com interesses particulares e nem sempre compatíveis.

"O que interessa ao Brasil?", perguntamos. Lamento informar, mas o "Brasil" desta questão não existe: não existe uma estratégia comum que beneficie todos os brasileiros no curto prazo e nem na mesma proporção.

O resultado é que atribuímos ao país (interesse nacional) algo que só tem chances de ser realizado se o(s) interesse(s) de algum(ns) grupo(s) for(em) desconsiderado(s). Pior: que só pode ser realizado se restringirmos a liberdade dos perdedores para escapar à punição!!

A resposta certa é simples: não sendo nada além de um agregado de cidadãos, os países comercializam pela mesma razão que esses cidadãos comercializam -- para obter em troca aquilo que lhes custaria muito mais produzir diretamente.

Russell Roberts, economista da George Mason University, expõe de maneira simples e direta o argumento em prol do livre comércio no artigo Why We Trade, publicado recentemente na Foreign Policy.

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