quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Subsídios Agrícolas

A questão dos subsídios agrícolas tem motivado muita gente a pensar -- erroneamente -- que a proteção comercial pode ser uma política estratégica a favor do crescimento rápido da economia. Afinal, se os ricos, que são ricos, protegem suas economias, quem somos nós para abrir a nossa?

Os dados sobre subsídios na agricultura entre membros da OCDE divulgados esta semana pelo Economist mostram que alguns países só têm agricultura porque seus governos pagam praticamente todos os custos de produção. É o caso da Islândia, da Noruega, da Suíça e da Coréia do Sul, países nos quais mais de 60% das receitas dos fazendeiros é na verdade transferência de renda pelo governo.

Interessante notar que, entre 1988 e 2006, os subsídios caíram em todos os países analisados, à exceção da Turquia. É também relevante indicar que tais subsídios são relativamente baixos nos EUA quando comparado com UE e Japão.

Por que tanta proteção justamente nos setores em que os países pobres e os em desenvolvimento são relativamente mais produtivos? Será que os governos dos países industrializados querem nos manter em eterno estado de dependência e endividamento?

O argumento é simples: (i) o subsídio agrícola no Norte é tão nocivo para o crescimento da renda dos países protecionistas quanto o subsídio à indústria manufatureira nos países do Sul -- perdem as famílias e empresas consumidoras potenciais de importados; e, (ii) a explicação para a opção pela proteção (vis-à-vis o livre comércio) é a mesma para países ricos ou não-ricos -- resulta da pressão política e de visões ideológicas anti-liberais que nada têm a ver com maquinações para abortar o crescimento do terceiro mundo.

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